segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

Voltou-se ao Taj Mahal

Estava buindo seus pensamentos, eu poderia dizer inúmeras palavras no gerúndio para expo-lo, mas estava apenas buindo. Sentado com ar das ultimas gotas de uma chuva de verão, com o tom dos ultimos acordes de um pianista bebado, com a sutilidade de qualquer fingimento fajuto, buia.
Contemplou os envolventes suspiros do vento que cantavam em harmonia as dores do mundo, assim simples e contingente, passou-se a andar, andar somente não bastava, passou-se a correr, também não era, então deitou. Bem espalhado. Esqueceu-se que buia, procurou a história mais linda de amor, procurou os últimos vestígios do saber, voltou-se ao Taj Mahal que esteve em sua infância e por lá ficou o máximo que pode, tanto que lhe ocasionou certa vertigem, e girava por todos os fatos antecedentes. Algumas lágrimas por si saltavam, alguns cabelos por si caíam, e descobriu então que velho já estava. Então deitou-se por outra vez, agora não mais espalhado, encolhido, buindo-se. E por lá ficou...