sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

Piangere per niente

Ragazza, perché piangere per così poco? Lui è solo un ragazzo che non sceglie le calze propria. Ora, le lacrime sono vane.
Torna al tuo posto, sarà meglio, ragazza.

domingo, 22 de novembro de 2009

O que?

Falta-me inspiração, e isso enlouquece
Há uma paranóia contínua ao meu lado
Meu medo de distimia já não incomoda mais
Vivo nas horas de ar
Que passam despercebidas
Esvuasadas
Na noite que somente eu vivo
Uma noite forjada
Antes ambígua do que derretida
Derreto meu intelecto em tentativas em vão
De matar a solidão
Mas o que incomoda
É que não sou boa nem para isso
Vamos, diga o que pensa, seu saco de pulgas!
Ah, vamos...
Antes hiperbola do que hipocondriaca.

domingo, 8 de novembro de 2009

Alheios

Tenho mania de adivinhar os pensamentos alheios, o gosto alheio, o dia alheio.
É tão intrigante e misterioso.
Vejo a vida da mulher do terminal, do pai buscando o filho na escola, do velho da praça...
O problema é que eu imagino demais.
Fato é que cada pessoa que te esbarra, que te olha, que te ignora, tem uma história singular.
Mas o que impressiona mesmo é o cotidiano.
O cotidiano me parece dezigual.
Já deprimente é que enquanto eu conheço a pessoa deduzidamente, ele já está subindo o elevador, tomando banho, morrendo, ela nem me viu passar.
E se viu nem se lembra.
Volto a dizer que o problema é que eu imagino demais.
O alheio despreza, vive a sua vida, tem em mente o que lhe interessa.
O alheio é cruel.
Comigo.
Que já sou tão intima...

Janela de Madrugada

O ar está denso e a rua estupefata
Escrevo a custo por falta de luz, aqui está calor, mas cá não estou
Adentrada nas maltrassadas linhas
Vejo as breves luzes da longe cidade, e um restinho de estrelas e violão
Tento reter os pensamentos
As coisas por perto fazem-se fajutas para atenção
Posso exaurir-me do barulho e do mundo
Ah, mas você fica...

sexta-feira, 6 de novembro de 2009

Das paradas na rua

Não era Maria, que não era José, que não era Joana tão pouco Dona Glória.
Mas era eu. Eu na calamidade da cidade com um punhado de sonhos.
Aí passou a banda, o Joãozinho, o cachorro, a dona mulher com seus passos fiéis, até o papel me passou rolando.
E eu continuei firme com os sonhos, não era Chico, nem Machadinho, nem Andrade.
Mas era eu. Eu na calamidade da cidade com um punhado de sonhos.
Pedro fechou a padaria, Margarida trancou a janela.
E eu continuei com um punhado miúdo de sonhos.

Céu das cinco

Cora tinha lá seus nove anos, cabelo de fogo com típicas sardas por seu corpo todo. Vestia um vestido batido verde dado por sua avó no natal retrasado e uma meia pelos joelhos de arco-íris. Estava ela nas pontas dos pés junto à porta da varanda olhando o céu das cinco horas, que devo lhe admitir, é um dos melhores. Eram três cores. Três camadas. A primeira, maior por sua vez, de um azul pálido, a segunda amarelada com um gracejo singular, como uma mãe com seu filho de dois anos. Terceiro é degrade, de início é laranja, depois marrom de escondidos com preto, azul, e não sei mais o que. Desconfio que seja a junção de todas as cores, e transforme naquela. Tão singela e enganosa. Triste e graciosa. Cora sentia o vento do breve inverno, apertava-se contra a fresta da porta, sentia seu velho amigo, e sorria. Imensa não era a felicidade, tão pouco engraçado era. Um pouco talvez. Apenas sorria. Sorria pelas cores que colecionava. Às vezes ela via o que ninguém vê. Por fim abriu a porta se deitou e olhava o céu que não podia se desviar à atenção por um segundo que se modificava, e as cores belas apanhava com seus pequenos dedos. O vento a saldava com uma velha cantiga, e acariciava os cabelos laranja-vermelho de Cora.

quinta-feira, 5 de novembro de 2009

Alma gêmea

Eu e Lápis haviamos brigado.
Ele, ele... Que morria de amores por mim, botava-me apelidos e apertava-me as bochechas, deu que não me queria mais.
Mas Lápis não aguentou, e veio voltando no gradativo.
Um dia puxou-me nos cantos, tirou punhado de flores do chapéu e disse que a saudade era tanta que nem conseguia escrever!
Disse-lhe que era bobagem, mas Lápis insistiu, insistiu que não resisti.
Resisti que não soltava mais o raio do Lápis.
Lápis e eu temos uma história de amor imensurável, diz ele que somos almas gêmeas, vou concordar, até achar um menos magricela.