sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Cordas Oxidadas

Minhas mãos cheiravam às cordas oxidadas, não sei porque aquilo me fazia tão bem. Os acordes me engoliam, palavras tão redundantes. Mas eu tocava aquela bossa, que me lembrava daqueles dias, daquelas luzes.
Que nem era uma bossa nem cordas oxidadas, mas era a guitarra de você.
Mas nem os dias lembrados vão passar por cima dessas cordas que me consumiram, essas notas agudas, as flores pela cortina esvuassada.
Eu que simplesmente me completava por reconhecer-me entre todos os panos pendurados, me via!
Os vagalumes que sambavam diante da festa traziam à tona o mar de laços de outrora, e todos diziam que era na verdade o rock n' roll o feitor de tudo isso.
Ah! Aquelas cordas que me ajudaram a trazer a alma para a canção, que agora não passam de puro pó...
Todos diziam que estava tudo bem, caindo no sofá, so far away...

sexta-feira, 22 de outubro de 2010

Olá, Edward! (bloody hell, it's freezing outside)

Novamente venho-te. Nada comigo trago, quiçá meu chapéu ou tantos papéis rabiscados.
Não pense que a deixei, apenas procurava pelo oceano de perguntas em seus inúmeros cílios, Carolina.
Eu as encontrei em todos os lugares, e agora você as sabe, pois tu és o espelho de mim próprio!
Menina, a casa de chás ainda vive, o porco do Sr. Magalumbre infortunamente posso dizer o mesmo, Madaleine não a vejo, Julia nem a quero mais, Noah nem atrevo-me por palavras, Jeorge sobrevive jogando com outros velhotes.
Oh bloody hell, não perde nada por aqui. Eu te deixei ir...
Mas vai voltar, tudo que sonha guardo na minha escrivaninha, até mesmo aquelas porcarias de discos ruins que você tanto gosta.
Não estou mais para te fazer dormir nas noites de verão, mas sonho e observo-te sempre, tudo que queria que fosse, sim, você é!
Não venha me dizer que tudo foi por causa de mim porque vá, eu sou apenas você, meu bem.
Não deixe-me empoeirado, anceio tanto por você, menina.
O meu conforto para você é o azul, você sabe do que digo e também sabe que meus sapatos são novos.
E caminho, caminho, descanço. Grito, choro, balanço, amo! Mas caminho...
Ora, e com você é a mesma coisa!

Edward J. Fudwarms.

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Rasgo

Sucinto-me.
Agora me cabem tão poucas palavras que nem escreve-las vou.
Sim, é eminente que isso me aconteceu pois tudo voltou-me para as pontas dos dedos, ainda que momentaneamente, pulam-me fórmulas para tudo que havia dito.
Sinto-me como baionetas perfurando todas as letras de outrora.
E como um sucedaneo eficaz afirmo meu pequeno paragráfo com um chiste!
Ah, a sociedade é tão bela!