quinta-feira, 22 de março de 2012

  • Eu sei, e só eu sei! Que o que ele sente mesmo! É a falta daquele guarda-chuva que sempre esteve ali, pendurado!

terça-feira, 11 de janeiro de 2011

É você de quem falo

Encaixei-te nos meus parágrafos, e queria que isso soasse profundo como um prelúdio. Em cada sua letra e letras suas eu te enxergo, em minúsculos detalhes da sua caligrafia, em cada indicio de som seu, excitações de frases, pensamentos instantâneos, e tantos detalhes que ouso a pensar... Eu queria saber quando a chuva chega a sua pele, a que momento você pensa em agir, à que ponto do dia você pensa específicas coisas, o primeiro som que lhe é perceptível quando acorda e até mesmo quando seu sonho se inicia enquanto dorme. Você disse que é raro eu me preocupar contigo, mas gostaria de saber à que instante as lágrimas alcançam a ponta dos seus cílios! Eu gosto dos seus cílios, quando você de fato presta atenção em algo e a maneira como corta sua comida. Eu não sei como você consegue cuidar de mim tão bem mesmo estando tão longe e como me faz ver as coisas de outro jeito. Eu sei que nós somos diferentes de tudo à nossa volta, e incrivelmente gosto disso. Você existindo me faz existir também. Eu quero tanto que isso seja profundo a ti quanto é pra mim, o quanto me dói, mas não dói porque é dolorido, me dói porque me existe. Quando me perguntarem o que é felicidade eu direi que é apontar para os livros, você insistir em colocar um pedaço de pizza para mim, abraçar os seus travesseiros e assistir você me observar, mesmo com os meus olhos fechados.

segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

Voltou-se ao Taj Mahal

Estava buindo seus pensamentos, eu poderia dizer inúmeras palavras no gerúndio para expo-lo, mas estava apenas buindo. Sentado com ar das ultimas gotas de uma chuva de verão, com o tom dos ultimos acordes de um pianista bebado, com a sutilidade de qualquer fingimento fajuto, buia.
Contemplou os envolventes suspiros do vento que cantavam em harmonia as dores do mundo, assim simples e contingente, passou-se a andar, andar somente não bastava, passou-se a correr, também não era, então deitou. Bem espalhado. Esqueceu-se que buia, procurou a história mais linda de amor, procurou os últimos vestígios do saber, voltou-se ao Taj Mahal que esteve em sua infância e por lá ficou o máximo que pode, tanto que lhe ocasionou certa vertigem, e girava por todos os fatos antecedentes. Algumas lágrimas por si saltavam, alguns cabelos por si caíam, e descobriu então que velho já estava. Então deitou-se por outra vez, agora não mais espalhado, encolhido, buindo-se. E por lá ficou...

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

Assim eu espero

Sinto-me empacotada em Seu contínuo amor. As Suas palavras suplicantes para ir de encontro aos Seus olhos soam como auto-falantes em uma chuva torrencial.
Pai, eu sinto cortar-me ao meio quando reconheço que minha cura não foi sarada, apenas pintada por meus próprios dedos.
E hoje não peço para que me ajude sair de lamas tão sordidas e superfluas, pois nelas não estou mais.
Hoje peço-Te que me de o cintilante sonho de estar por entre Suas asas, entre Seu plano de redenção. Peço-te que eu possa me entregar.
Pai, como eu posso estar em Sua presença com pés tão sujos? Como poderei processeguir com mágoas? Suplico-Te que conseda-me a misericórdia de estar em oração.
O sorriso me vem em pensar em um dia que o Senhor poderá me levar para ver os lírios em um céu tão denso e macio, interminável. O som dos trigos enfeixados me mostraram que sou Sua filha, e meu louvor não há de acabar.
Enquanto me existir folego, sim, eu prometo que estarei entre Seu olhar.
Pertenço a Ti, minha existencia reside em Sua casa, meus passos em Seus pés.

sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Cordas Oxidadas

Minhas mãos cheiravam às cordas oxidadas, não sei porque aquilo me fazia tão bem. Os acordes me engoliam, palavras tão redundantes. Mas eu tocava aquela bossa, que me lembrava daqueles dias, daquelas luzes.
Que nem era uma bossa nem cordas oxidadas, mas era a guitarra de você.
Mas nem os dias lembrados vão passar por cima dessas cordas que me consumiram, essas notas agudas, as flores pela cortina esvuassada.
Eu que simplesmente me completava por reconhecer-me entre todos os panos pendurados, me via!
Os vagalumes que sambavam diante da festa traziam à tona o mar de laços de outrora, e todos diziam que era na verdade o rock n' roll o feitor de tudo isso.
Ah! Aquelas cordas que me ajudaram a trazer a alma para a canção, que agora não passam de puro pó...
Todos diziam que estava tudo bem, caindo no sofá, so far away...

sexta-feira, 22 de outubro de 2010

Olá, Edward! (bloody hell, it's freezing outside)

Novamente venho-te. Nada comigo trago, quiçá meu chapéu ou tantos papéis rabiscados.
Não pense que a deixei, apenas procurava pelo oceano de perguntas em seus inúmeros cílios, Carolina.
Eu as encontrei em todos os lugares, e agora você as sabe, pois tu és o espelho de mim próprio!
Menina, a casa de chás ainda vive, o porco do Sr. Magalumbre infortunamente posso dizer o mesmo, Madaleine não a vejo, Julia nem a quero mais, Noah nem atrevo-me por palavras, Jeorge sobrevive jogando com outros velhotes.
Oh bloody hell, não perde nada por aqui. Eu te deixei ir...
Mas vai voltar, tudo que sonha guardo na minha escrivaninha, até mesmo aquelas porcarias de discos ruins que você tanto gosta.
Não estou mais para te fazer dormir nas noites de verão, mas sonho e observo-te sempre, tudo que queria que fosse, sim, você é!
Não venha me dizer que tudo foi por causa de mim porque vá, eu sou apenas você, meu bem.
Não deixe-me empoeirado, anceio tanto por você, menina.
O meu conforto para você é o azul, você sabe do que digo e também sabe que meus sapatos são novos.
E caminho, caminho, descanço. Grito, choro, balanço, amo! Mas caminho...
Ora, e com você é a mesma coisa!

Edward J. Fudwarms.

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Rasgo

Sucinto-me.
Agora me cabem tão poucas palavras que nem escreve-las vou.
Sim, é eminente que isso me aconteceu pois tudo voltou-me para as pontas dos dedos, ainda que momentaneamente, pulam-me fórmulas para tudo que havia dito.
Sinto-me como baionetas perfurando todas as letras de outrora.
E como um sucedaneo eficaz afirmo meu pequeno paragráfo com um chiste!
Ah, a sociedade é tão bela!