terça-feira, 13 de julho de 2010

Sweet begônia

Através das luzes dos carros que penetram nas gotas de chuva coladas na vidraça vejo meu amor me escapar pelas pontas dos dedos, minhas unhas recém-pintadas. Não amor físico, o sentimento. Ele me vai tão facilmente e nem gosto disso. Um dia longo. Noite maior ainda. A decepção. Os pontos finais fazem-me entender que minhas vírgulas já foram o bastante, não deveria ter insistido nelas tanto assim. Espero pelas lágrimas, elas não vem. Espero por doença, também não. Interior corroído. Uma música animada. Devagarinho vou, conto meus poucos trocados, ofereço-me uma taça de vinho, não quero. Quero assim estática apanhar minhas chances do varal, lavar as minhas roupas, vestir o meu casaco, ler o jornal, minhas notícias, meu travesseiro, meu chá de erva doce...

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